Zé, o tuga do costume, vive num país rodeado pelo laxismo e a ineficiência, deixo-me vencer e vou atrás
deles, triste fado trágico-comediado, que é o dia a dia de cada um de nós.
o Blog em aberto, porque todos nos identificamos com o aZElha!
"Querem tesourar o meu direito de fumar Tabaco minha sina fumo em qualquer lugar Você me censurando tape a respiração Cuidado com o enfarto ou o câncer no pulmão
UAAAAAHHHHHH!... COF COF COF...
Quero fumar em paz sentir o meu prazer Tossindo e escarrando encurto o meu viver Acendo meu cigarro, poluindo ao meu redor Com tosses e escarros a vida é bem melhor
Nicotina sempre no meu sangue a fervilhar A minha vida é curta com o cigarro ainda mais 'Tou cagando um monte se você aprova ou não Fumo na sua casa,na igreja ou no caixão.
Um ano na Guiné! E o abandono do aZElha! Pois é, após longa ausência por motivos de isolamento total ao mundo virtual volta a contactar esta coisa engraçadissíma que é a internet (algum espírito por certo) e vejo que o blog está na mesma, mesmo mesmo na mesma... muito triste. Como já remo contra a maré em demasiadas frentes, decidi não abrir mais uma e entro na corrente. Mas acabo com as principais novidades dos ultimos dois meses... A fábrica ja bule; Fique de tal modo fascinado pelas canoas públicas que mandei construir uma, que foi inaugurada este mês e que faz as minhas delícias náuticas (ainda hoje vim nela para Bissau) Fez dia 30 de Setembro um ano de contracto na Guiné! Até fiz a barba, mas agora já está grande de novo... Vou mudar de casa, acabando com os banhos de caneca e arcainha com gelo para cerveja gelada... E criei umas entrevistas imaginarias com as maiores personagens de Bolama, mas infelzimente a minha pen esta parva e não as consigo publicar hoje (um dia quem sabe)... Dito isto, despeço-me com um abraço a toda a equipa e todos os fieis leitores do blog.
José Rodrigues dos Santos ou o nascimento de um Ídolo
Quem não conhece o Rato Mickey Português? Ainda me lembro de o ver com cara de puto no telejornal da uma, no dia em que o Iraque invadiu o Koweit (só não me lembro se foi em reposição do telejornal da tarde do dia seguinte), da maneira como depois disso a sua carreia foi catapultada, seguindo rapidamente para o jornal das oito (lugar mais cobiçado para qualquer pivot). Devo admitir que sempre gostei da sua cara honesta e brincalhona, das piadinhas, mesmo que por vezes forçadas e gafes que ia cometendo. Li o seu primeiro livro, “A filha do Capitão” e gostei muito, mais que o romance central, o que mais me agradou foi a envolvência e informação, quer sobre Lisboa do início do século XX, quer sobre a participação portuguesa na I Guerra Mundial, com pormenores que evidenciam um trabalho de investigação e preparação notável, recomendo vivamente. Depois ganhou o meu respeito pela sua demissão de director de informação da RTP, após a nomeação política do correspondente em Madrid sem o consultarem e consequente intervenção na comissão que o parlamento criou para esclarecer a confusão gerada. Tive a sorte de estar em casa e assistir ao vivo toda a sua argumentação e sinceramente... Aplaudi! Foi por isso, que um dos meus pedidos de “Natal Antecipado” foi que me mandassem o novo livro dele o “Codex 632”, que está aqui ao meu lado. Estou a devorar e a adorar o livro, principalmente e mais uma vez, pela riqueza da informação exposta. Mas isso por si não faz um ídolo. Foi com grande espanto meu, e que me atingiu como um raio, que me deixou temporariamente em estado de choque, ao ler, escrito pelas mãos deste senhor, que... até me faltam as palavras, talvez o melhor seja transcrever o excerto: “Encheu as palmas das mãos com os dois seios e apertou-os como se fossem duas almofadas, numa pulsão de luxúria, queria os sentir fofos e gostosos. Enquanto ele os mamava, Lena desapertou-lhe o cinto e o botão das calças; correu a braguilha para baixo e tirou-lhe as calças com um movimento rápido. Privando-o dos seus seios, de pressa o recompensou de outro modo; ajoelhou-se aos pés da cadeira, inclinou-se sobre o seu regaço e encheu a boca . Tomás gemeu e perdeu o pouco do controlo que lhe restava sobre si mesmo.” LINDO! Quase poesia em movimento! O mesmo homem que passa folhas e folhas a descrever sistemas de criptografia e a tentar descobrir a identidade do Colombo também consegue escrever para as publicações “Harlequim”!!! Nada o faz prever, umas insinuações sexuais, tentativa de dar um toque de sensualidade e erotismo ao livro, mas nada nos prepara para tal descrição. Fui apanhado de tal forma de surpresa que tive de reler, sempre sem conseguir tirar um sorriso idiota da cara.
Este Homem é um Senhor!
PS: Quando tudo estiver a correr mal, quando nada parecer fazer sentido relembrem a prosa de JRS “The Man”: “inclinou-se sobre o regaço e encheu a boca” Mai Nada!
PS2: Esta posta também foi escrita em Bolama sobre o efeito nefasto da malária...
"Não nos perdemos no nevoeiro da democracia, voltámos a de onde partimos em 1974: mulheres, cavalos, toiros, fátima, fado e futebol", ouvido ontem de uma espectadora numa tourada à portuguesa. Aqui. Eles sempre andarem aí.
Estou em terras Lusas para um mês de merecids férias! A malária já foi à vida (ainda não confirmei com o teste mas isso é outra história) e Portugal foi eliminado... É a vida... Aproveito para agradecer à Selecção Nacional e a todos a ela ligada pelos bons momentos que nos ofereceram, independentemente da derrota contra a França e de ainda não termos jogado com a Alemanha. Este mês estou de Férias, como tal não esperem grandes actuaizações da minha parte neste cantinho, ainda assim vou colocar mais uma posta que escrevi ainda em Bolama, ma que não tive oportunidade de publicar porque não a tinha na pen, encontrei-a no cd de backup que fiz antes de vir e cá vai. Espero que gostem ;)
Boas Férias a todos os Felizardos como eu e bom trabalho aos restantes, que em breve também estarão a gozar e a descansar.
Alguma vez sentiste o Caos? Alguma vez se encontraram numa situação em que qualquer réstia ou ponta de controlo vos escapa completamente e se vem rodeados de gente procurando respostas que simplesmente se recusam a aparecer na tua cabeça, quanto mais na tua boca.
Imagina que estás numa ilha, que o alimento da sua população depende muito de um fruto, que estás na altura da comercialização desse fruto,que existe rumores que o preço desse fruto baixou drasticamente e que a tendência será para descer ainda mais, imagina agora que tu é o maior comprador da região. De facto estás a comprar a castanha toda da ilha, mesmo aos pequenos comerciantes, o que faz com que tenhas mais de uma centena de pessoas em pânico a querer vender antes que baixes mais os preços do fruto.
Imagina agora que estás a instalar uma fábrica de transformação desse fruto nessa ilha, que levas já um atraso de seis meses e que o teu patrão e responsável técnico da instalação acorda para a vida e decide finalmente comparecer na ilha, imagina que ele quer fazer numa manhã o que não foi feito durante a semana toda.
Por cima disto,imagina que o homem em quem encarregaste a compra do fruto desapareceu e a manhã já leva umas horas; que faltam materiais essenciais para fazer os tais trabalhos e sabes que o patrão vai embora dentro de duas horas, deixando o trabalho a meio, sabendo de antemão que terás de acabar como puderes num prazo impossível, que terás de cumprir na mesma (claro que não cumpres, mas como te matas a trabalhar e matas os teus homens, demonstrado por A+B a impossibilidade do prazo, que para além do desgaste tens o agradável bónus da frustração de dares tudo o que tens para falhar o objectivo).
Por fim imagina que estás com uma bruta constipação, que para além de uma pontada de febre e uma sensação de mal estar geral, te trouxe um ataque de sinusite que te provoca uma dor de cabeça de tal ordem que só manter os olhos abertos se torna uma tarefa hercúlea.
Se ainda não arrebentaste a tua cabeça a tentar imaginar toda esta situação, agora só tens de te colocar no meio desta confusão então terás uma ideia do caos que foi esta manhã para mim. Até agora imaginaste que se tratava de outra pessoa, a minha experiência diz-me que mesmo tentando calçar os problemas dos outros, a única maneira de o fazer é multiplicando a sensação que imaginaste que terias por dez, e mesmo assim só andarás perto daquilo que realmente terias sentido se fosse realmente contigo.
Já está? Anda perto ou não da tua definição de CAOS?!
PS: Afinal era malária! (também não alterei este, que não era para consumo público, mas achei piada ver o efeito delirante do paludismo na minha cabeça e como ainda não estou completamente curado... tenho desculpa!)
Não me apetece escrever... mas a bem da verdade não me apetece fazer nada... sinto que me tornei mais africano hoje. Sim, estou a torcer por uma vitória do Gana contra o Brazil, mas não por isso que me sinto mais africano. Passo a descrever: Andava com uma constipação chata, seguida de umas boas sessões de sinusite que me andavam a por de rastos... depois veio a febre vespertina e por fim as dores nas articulações. Esperei três dias e a febre e as dores passaram. O fantasma da malária pairou sobre mim mas com o cessar da febre presumi que de malária não se tratava, uma gripezita ou qualquer ouro vírus manhoso que por cá anda a chatear. Mas no final da semana passada a febre voltou, e com ela vieram mais dores, como o trabalho apertou bastante e estávamos realmente com boas perspectivas de iniciar a laborar castanha não tinha tempo nem sequer para pensar em estar doente. A verdade é que trabalhar doente é alucinante. A dor de cabeça da sinusite dificulta a concentração, as dores no corpo provocam uma sensação de mal estar permanente, o nariz fungoso é acima de tudo irritante e a febre além de desconfortável faz a cabeça andar às voltas o que dá a impressão de estar bêbado sem a euforia e sem o prazer de ter bebido.... Enfim, as condições para preparar o inicio do processamento nesta ilha, onde falta tudo e onde tudo demora a chegar, eram no mínimo adversas. Por outro lado, após oito meses de trabalho, gostaria de voltar a casa com pelo menos um saco de amêndoa de caju para mostrar. Na sexta a previsão era para iniciar na segunda, no sábado passou para terça, domingo sabia já que dificilmente seria na quarta, hoje sei que nunca será antes da próxima semana. Por isso, após muitos telefonemas, arranjos e rearranjos com a confirmação que o início da laboração não seria comigo cá que decidi fazer o teste da gota espessa para detectar o plasmódio falciforme da malária... o teste rápido deu negativo, o que não foi um alívio, porque se não era malária... o que seria? Gripe? Tuberculose? Sida? Muitas foram as possibilidades aventadas, de facto amanhã farei o teste do HIV para certificar, mas a verdade é que o teste laboratorial (e fiável) identificou os famosos (por aqui são um sucesso) anéis dos ditos plasmódios... estava diagnosticado. Tenho malária! (o que retira as probabilidade de ter as outras todas, mas o teste do HIV já está mercado por isso amanhã volto ao hospital, maravilha)! Não é um ataque forte, principalmente atendendo ao tempo que já se passou desde os primeiros sintomas e ao estado debilitado em que o meu organismo se encontra (constipado, excesso de cigarros, stress em barda, ansiedade do regresso, cansaço físico acumulado e perda de peso por distúrbios intestinais anteriores). Estou a tomar Mephaquin, que me ataca o fígado e os rins, me dá uma má disposição ainda maior e sinto-me bastante mal, mas uma coisa vos garanto, já tive gripes bem piores, para não falar de ataques de sinusite bem mais desagradáveis. Para uma primeira experiência com os bichos mais letais de África, fiquei desapontado. Afinal, apesar de condicionado, é possível trabalhar com malária (um ataque moderado e da normal, não confundir com ataques fortes ou com a cerebral). As dores não são agradáveis, mas no limite são bastante sofríveis, melhores que as dores de dentes que cá tive (retracção das gengivas disse o dentista) e das cólicas provocadas pelos desarranjos intestinais, essas sim dores de intensidade alta e duradoura, em que a hora de tomar drogas era bem vindo, em vez do mephaquim que tomo com a mesma vontade com que os putos das bandas desenhadas tomam o famoso e temido óleo de rícino. Não vos levo caju, mas se quiserem mando guardar uns quantos plasmódios (gosto desta palavra) para vos dar! E que o Gana ganhe amanhã!
ps: como devem ter reparado isto foi escrito à uns dias atrás! Estava mesmo febril e delirante... mas como escrevi... fica!
I remember when, I remember, I remember when I lost my mind There was something so pleasant about that place. Even your emotions had an echo In so much space
And when you're out there Without care, Yeah, I was out of touch But it wasn't because I didn't know enough I just knew too much
Does that make me crazy Does that make me crazy Does that make me crazy Possibly
And I hope that you are having the time of your life But think twice, that's my only advice
Come on now, who do you, who do you, who do you, who do you think you are, Ha ha ha bless your soul You really think you're in control
Well, I think you're crazy I think you're crazy I think you're crazy Just like me
My heroes had the heart to Lose their lives out on a limb And all I remember is thinking, I want to be like them Ever since I was little, ever since I was little it looked like fun And it's no coincidence I've come And I can die when I'm done
» Ver os jogos do Mundial 2006 em directo... e à borla
A verdade é que a SportTV e SIC engendraram um esquema que deixou muitos dos amantes da bola frustrados. Para se poder ver alguns jogos do Mundial ou se tem que se submeter às leis ditadas por esta parceria capitalista ou tem que se arranjar um café ou restaurante que alimente a fome de bola que um Mundial dá.
Mas não. Há, pelo menos, uma outra alternativa.
E essa alternativa é ir ao site http://www.viidoo.com/en/index.php e fazer o download do TVUPlayer (aqui - às vezes o download é lento, mas com uma pesquisa no google encontra-se sítios alternativos para descarregar o programa). Depois é só instalar e abrir o programa (é necessário dar permissão na firewall) e seleccionar a emissão ESPN2... et voilá... todos os jogos do Mundial 2006 em directo... e grátis... e legal... e sem se submeter à chulice capitalista. "Arrota que é pixota", apetece dizer-lhes.
“Pretende agora o governo desferir novo golpe na delicada demografia portuguesa, encerrando as maternidades.” Fonte: site do PNR
“Queremos um Portugal de Portugueses e não de imigrantes. Queremos um governo que defenda a primazia dos Portugueses e não dos estrangeiros, manifestando, pois, o nosso apoio e solidariedade às populações que estão prestes a ser vítimas de mais um ataque contra os seus legítimos direitos. Quando se trata de investir em objectivos de interesse nacional, não pode haver lugar a meras visões economicistas.” Fonte: site do PNR
“(...) a FN considera-se injustamente acusada de xenofobia quando defende restrições severas à entrada de imigrantes.” Fonte: site da FN
E que: A Frente Nacional e o Partido Nacionalista Renovador são contra a imigração e contra o encerramento das maternidades como é que um "nacionalista" reage a esta notícia?
“Uma grávida perdeu o filho à chegada a Portalegre, ao final da tarde de segunda-feira, quando era transportada de Elvas para a maternidade da capital de distrito (...) O caso aconteceu horas depois do encerramento oficial da sala de partos de Elvas, decretado pelo Ministério da Saúde.
A jovem caboverdiana, de 21 anos, residente na cidade e estudante na EPRAL, encontrava-se na 23.ª semana de gestação e entrou nas urgências do Hospital de Santa Luzia na tarde de 12 de Junho queixando-se de dores. (...) O bebé morreu à chegada ao Hospital José Maria Grande, garantiu a mesma fonte, tendo a jovem ficado internada.”Fonte.
Afinal, um “nacionalista” fica contente porque menos um “símio” nasceu (sic) ou fica triste porque as maternidades foram encerradas?
Contra-Informação É só para avisar que nem todos os colaboradores deste blogue partilham de todas as opiniões expressas por cada um... A bem da verdade não sou adepto fervoroso de Touradas... mas também não as recrimino, tendo já assistido, ajudado e participado em alguns eventos tauromáquicos, pelo que não estou minimamente preocupado com os coitados dos touros, que a meu ver têm uma vida bem melhor que a dos bois de criação, com o àparte de 3 horas de agonia numa vida... E estes também têm a sua função na vida, divertem e dão alegrias a uns bons milhares se não mesmo milhões de portugueses, não esquecendo a sua vertente cultural, que existe que se queira que não (que pode ser alterada por certo, mas por enquanto ainda existe).
PS: É só aqui ou não os comentários aos posts desapareceram?
É oficial, começou a chuva. Ontem à noite, 24 de Maio choveu pela primeira vez este ano em Bolama, uma semana antes do que tinha verificado em Mentem em 2004 e numa data tudo menos oportuna. A cobertura da fábrica apesar de estar quase acabada, falta o quase, por isso ontem à noite soube à partida que hoje ia encontrar poças na fábrica, não sabia era qual a extensão. Felizmente não houve danos de grande monta, algumas mesas molhadas, que já foram secas e mudadas para sítios onde não chove, a castanha (cerca de cem toneladas) está fora de perigo imediato, e o elevador de alimentação, autoclaves e caldeira encontram-se descobertas, por isso essas não tiveram sorte nenhuma e foram fustigadas violentamente por umas quatro horas de chuva tropical. Aparentemente não houve danos e já tratei de as secar devidamente para evitar ferrugens desnecessárias. Esta primeira chuva marca o início, mas pouco mais é do que uma amostra. Um aviso do que há de vir. Ainda assim estas chuvadas conseguem ser aterradoras, já que, tal como aconteceu em 2004 foi precedida em uma tempestade tropical com muito vento, relâmpagos que iluminam tudo à volta e trovões que parecem anunciar o fim do mundo. As gotas são enormes e a cadência, quando no seu esplendor máximo chegam facilmente aos meio centímetro. Uma qualquer corrida de 3 metros debaixo desta chuva é o suficiente para chegarmos ao fim completamente encharcados. A primeira tempestade faz lebrar a CNN a transmitir os bombardeamentos em Bagdag, com clarões a toda a hora e barulhos de explosões violentas, uma aurea de caos de destruição no ar!! Felizmente, nesta altura as chuvas são esporádicas e normalmente nocturnas, pelo que de dia está o sol e o calor habitual. Sente-se no entanto um aumento da humidade que em nada ajuda a suportar os já por si, insuportáveis dias de calor. Se chegarem os materiais que necessito para acabar e arranjar as partes descobertas e contando que não teremos problemas de maior para o fazer (problemas sei que terei, resta saber a gravidade) conseguirei ter tudo arranjado até ao final da próxima semana. Por isso em relação à fábrica (sim, sou daqueles operários musculados tipo coca cola light de fato macaco manchado... ou não) o problema está parcialmente e potencialmente resolvido sem danos visíveis (até ver). Mas as chuvas representam mais problemas que os óbvios. Antes de mais vão dificultar o que resta da campanha de caju, directamente com o aumentar da humidade do solo e das castanhas que, em certos casos, provocará a germinação das sementes o que directamente causa o desaproveitamento desse fruto e indirectamente vai prejudicar o pomar de cajus onde se encontra porque com as primeiras chuvadas começam a aparecer, entre outras coisas, os lacraus e as cobras, que assustam e afugentam (e não só) a população dos campos, diminuindo consideravelmente a apanha diária, que quanto mais tarde for efectuada, maior é o risco de não ser realizada (desculpem a seca, mas tinha de inserir alguns dos meus conhecimentos sobre a matéria). Para mim pessoalmente as chuvas apresentam ainda outros problemas. Antes de mais os mosquitos! Está tudo cheio de poças e pequenos canais de água, muitos deles estagnados, autênticos viveiros de mosquitos, por isso sei que mais dois ou três dias e o inferno estará à solta em Bolama. Mas não só os mosquitos, todo o tipo de vida animal, principalmente insectos cresce em quantidade num ritmo exponencial, pelo que a figura de expressão "entre a bicharada" não vai ser figura nenhuma mas sim uma realidade. Lá vou eu ter que me habituar ao cheiro do repelente e ficar sujeito a apanhar malária um dia destes. Por fim tenho a casa, supostamente provisória, que não está totalmente preparada para as chuvas e eventualmente, como a minha sala de jantar é uma varanda, já sei que além da invasão dos bichos arriscar-me-ei a tomar também uns belos banhos (estes pelo menos não serão de caneca!). Por fim e como não podia deixar de ser, as canoas! Sim, já me fizeram relatos completamente surreais de travessias em que se apanham tornados a meio do trajecto! Deve ser uma experiência alucinante, restando saber se é das que se sobrevive para contar... Com a minha sorte um dia destes (quiçá já amanhã) saberei em primeira mão que coisa é essa de passear no meio de um tornado! Enfim, Viva a Chuva!