Zé, o tuga do costume, vive num país rodeado pelo laxismo e a ineficiência, deixo-me vencer e vou atrás deles, triste fado trágico-comediado, que é o dia a dia de cada um de nós. o Blog em aberto, porque todos nos identificamos com o aZElha!

 

 

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sexta-feira, 14 de abril de 2006

Segundo a notícia do Cotonete, o Blitz tem o seu último número agendado para o dia 24 de Abril. Após pouco tempo da saída do efémero Vítor Raínho e a entrada do incontornável Miguel Francisco Cadete, a decisão vai no sentido de transformar o único semanário de música português numa revista mensal a editar em Junho.

Comecei a comprar (religiosamente) o Blitz quando chegava da escola. O jornal foi minha fonte de informação sobre música durante cerca de 7 anos acompanhando-o em várias ocasiões onde se procuravam pregões que se queriam ler, novidades para saber ou novos discos que iam ser editados. Entre os anos de 1994 e 98 o Blitz vive uma época dourada. Com uma tiragem elevada (salvo erro andaria na casa dos 17 ou 18000 exemplares por semana) arrisca a faceta mais conhecida deste jornal na década passada: Os prémios Blitz onde nomes consagrados da(s) música(s) nacionais ou internacionais eram premiados. Chegaram a actuar numa dessas festividades os Smoke City e os Da Weasel. Artistas portugueses foram postos na boca do mundo através dessas nomeações como os Ithaka, Cool Train Crew, Alex FX, Amélia Muge, Underground Sound Of Lisbon, Entre Aspas, Da Weasel, Cool Hipnoise, Blind Zero etc. Lá fora, foi através do Blitz que os Massive Attack ou os Portishead ficaram conhecidos bem como Beck, Blur, Nick Cave e Jeff Buckely que eram completamente adorados pelos jornalistas. As imagens reproduzem os programas dos Prémios Blitz de 1994 e 1997.


Prémios Blitz de 1994 Prémios Blitz de 1997

Com um Estatuto Editorial claro tinham como objectivo “fornecer ao leitor o máximo de informação e procurar fazer a divulgação das mais atraentes aventuras da música contemporânea”. Deste modo, foi no Blitz que acompanhei (a par do Planeta-E na Antena 3) as novidades na música de dança. Numa rubrica chamada B.P.M. teciam-se algumas considerações sobre os sons de dança actuais. Lembro-me da primeira definição de Jungle dada pelo jornalista na altura. Cito de cor: “imaginem um ritmo de rap, mas sempre em contra tempo e ponham isso a 150 bpms. Pronto, isso é jungle”. Com a entrada nos anos 90 o rock passou a partilhar algum do seu espaço com outras sonoridades, principalmente com o reggae e ska que, numa altura em que Primitive Reason estava na berra, iam fazendo o gosto dos leitores.

Já neste milénio as vendas decresceram notoriamente. Nestes anos, muito raramente adquiri o Blitz em parte pela existência da net. Além disso, a música sectarizou-se muito. Ou melhor, quem ouve música sectarizou-se. Num jornal que expunha artigos longuíssimos sobre uma qualquer banda de black-metal obscura antes de um artigo sobre a vinda de um qualquer deus do techno a Portugal, uma linha coerente era complicada de manter.

Ainda assim, o único semanário musical português sobreviveu durante 22 anos. Ainda há pouco tempo falava no já morto “Raio X”. Agora o Blitz, ainda que venha alterado em Junho em formato de revista o que implicou o despedimento de cerca de 10 jornalistas. A curiosidade é muita.

Historial (retirado do Rascunho)
O Blitz foi fundando em Novembro de 1984 por um grupo de cinco jornalistas que visavam criar um projecto novo e diferente do que se fazia até aí, na área da música e da cultura jovem. Sob alçada do grupo Impresa desde 1992, o semanário atingiu um dos auges em 1995, aquando da criação dos Prémios de Música BLITZ. A iniciativa, na altura inédita, premiava as melhores edições discográficas e as melhores intervenções artísticas mas acabou por ser extinta anos depois. Entre crises e inovações (a renovação de imagem de 2003 foi uma das mais arrojadas) a publicação (o único jornal de música publicado semanalmente em Portugal) regeu-se pelo princípio de que “toda a música é relevante” e sempre se apoiou, com maior ou menor fidelidade, a um princípio declarado no Estatuto Editorial, publicado na primeira edição: «fornecer ao leitor o máximo de informação e procurar fazer a divulgação das mais atraentes aventuras da música contemporânea. (...) acompanhar a par e passo o que se passa no mercado discográfico nacional, (...) divulgação de obras não editadas em Portugal, tentando assim complementar idêntica tarefa que alguns programas de rádio têm executado em prol da melhor música moderna». Quantas gerações vão sentir falta da 'Bíblia'?