Zé, o tuga do costume, vive num país rodeado pelo laxismo e a ineficiência, deixo-me vencer e vou atrás deles, triste fado trágico-comediado, que é o dia a dia de cada um de nós. o Blog em aberto, porque todos nos identificamos com o aZElha!

 

 

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quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

A viagem Bissau-Bolama e Bolama-Bissau.

As canoas públicas têm a capacidade para 10-15 toneladas e os responsáveis garantem que não sobra um centímetro de espaço desocupado antes da partida, o que torna as viagens no mínimo desconfortáveis. Assim viajar nestes barcos é por si só uma aventura. As minhas viagens passadas diziam-me que apesar de desconfortável e longa (3 horas) o mar era calmo e fez-se sempre sem grandes percalços. Primeiro erro... Descobri da pior maneira que Janeiro e Fevereiro são meses maus para o mar (apesar de ser a época mais fria e seca do ano). Este mau feitio do mar resulta da confluência entre o duas correntes adversas, que por causa dos ventos fortes desta época provocam uma paródia de ondas que descaradamente assediam qualquer embarcação que lhes atravesse a frente. Na verdade a viagem de ida foi relativamente calma, infelizmente eu pensei que após tantas viagens sem enjoar que me tinha tornado lobo do mar e por isso imune a males do mar... segundo erro! Mal entramos na parte mais tumultuosa (a tal paródia marítima) dei por mim a ficar mal disposto e prestes a dar o pequeno almoço aos peixes da zona, felizmente mudei de lugar (nunca fácil, mas a minha palidez deve ter ajudado em criar boa vontade) e virado para frente a apanhar com ar directamente nas fuças consegui aguentar-me, no entanto esta viagem não é para relembrar, ficando só a lição de que devo ficar na parte descoberta. Descreverei mais à frente o fim de semana, do qual agora só refiro que viajei com a equipa do Benfica de Bissau para Bolama, mas vou directamente para a viagem de volta, A Viagem! Como tinha aprendido posicionei- me na parte exterior à frente para não enjoar, felizmente no domingo havia duas canoas públicas pelo que desta vez não ia excessivamente cheia. Antes de começar o capitão avisou-me que ali à frente ia apanhar água, mas entre a água e o enjoo optei pela água (mal sabia eu). A viagem lá começou, comigo à proa todo contente com o meu leitor de mp3, estava bem disposto por isso até fumei um cigarrito do meu quase cheio maço (um gigante, que ainda tenho em stock de Lisboa). O tal vento começou a incomodar logo logo tinha a t-shirt toda molhada nas costas (virada para o mar) lembro-me inclusive de evitar a água na amurada do barco para não molhar as calças... Foi quando entramos no mar alto que a festa começou, o que antes eram umas pequenas arrebentações contra o barco e umas saraivadas de água trazidas pelo vento rapidamente se transformaram em verdadeiras ondas a galgarem pelo barco a dentro, a melhor descrição que tenho (pelo menos foi o que senti) é a do filme “Perfect Storm” mas sem a chuva e a escuridão. O cenário tornou-se dantesco, pessoas a vomitarem borda fora, todos os passageiros no exterior completamente encharcados até aos ossos, com constantes ondas a cair literalmente em cima de nós. O cúmulo e que muito me ajudou foi um dos jogadores do Benfica de Bissau, cara chapada do actor Cuba Gooding Junior (Jerry Maguaire entre outros) que a certa altura se agarra com unhas e dentes ao poste de amarração na proa e ia choramingando e rezando sempre que o barco subia para depois bater no mar. No meio daquela confusão a visão da cara e expressões do homem eram no mínimo hilariantes e muito me ri e continuo a rir só de pensar no pobre homem. Eu, felizmente estava mais ocupado a tentar não ficar mal disposto e divertir-me com as reacções das pessoas e com o cenário fantástico do barco isto acompanhado com a música de fundo dada pelos mp3 (nota mental: incluir a cavalgada das valquirias na playlist para próxima viagem), sem pensar na razão pela qual o pessoal estavam tão preocupadas. Só já depois de passar pela parte mais complicada e à chegada a Bissau, cheio de frio (roupa molhada e vento não são uma combinação fixe) é que comecei a pensar no tinha acabado de viver. Esta viagem não era para esquecer era antes para recordar para sempre, como não houve danos (só um recibo completamente desfeito) no final posso dizer que foi uma viagem fantástica, autêntica experiência de vida, mas para não repetir, reforçando a ideia que mais vale ir à frente molhado e bem disposto que no meio seco e enjoado... no fim só digo uma coisa, CANOA PUBLICA NUNCA MAIS!!
PS: O jogador do Benfica jurou quando chegamos, que nunca mais faria aquela viagem.
Continua...