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quinta-feira, 26 de maio de 2005

Na semana passada houve polémica à volta das partes pudibundas. O Expresso publicava uma notícia em que se afirmava que era ensinado a crianças a masturbação e onde gostaria de ser tocada: uma aberração.Uma equipa (e outros individuais) logo se levantou para vir a público defender o direito de não se intrometerem na educação sexual dos seus (e dos outros) filhos: Eles são Maria Franciscas, eles são joão Rafael, eles são João Maria todos ilustrados por sonantes, compridos e antigos apelidos para que não hajam dúvidas da sua posição socia... perdão, neste assunto.

Reagiram rápido no Fórum da Família empunhando, quiçá, cruzes contra este infiel que tenta passar a vil mensagem da educação sexual (ES). Pode-se ou não concordar diriam os mais moderados. Respondo eu, baseado no direito de resposta concedido a Duarte Vilar, um dos responsáveis pelo projecto de ES em Portugal, que a notícia do Expresso é uma não notícia visto que acabou por ser uma mentira completa a que os moralistas lhe chamou um figo. Mandem mais postais para a próxima.

(Transcrição na íntegra do direito de resposta de Duarte Vilar no Expresso de 21 de Maio de 2005). Negrito nosso.


"Na notícia publicada pelo semanário EXPRESSO em 14/05/05 a propósito de manuais de educação sexual, o meu noé referido como co-autor de um livro chamaEducação Sexual na Escola. Tal facto é verdadeiro. Este livro foi publicado pela UniversiAberta e serviu de suporte documental a um programa de formação realizado por aquela instituição pública universitária. São também co-autores o professor Júlio Machado Vaz e a Dra. Susana Cardoso.

A referência ao meu nome e a esta obra insenum artigo em que são referidas algumas pardo livro dando-se a entender que os autores propõem que a masturbação seja ensinada às crianças em idade pré-escolar e do 1° ciclo.

Tal propósito é falso e ridículo e revela bem a qualidade e as intenções do trabalho realizado por João Araújo, um conhecido activista de grupos ultra conservadores, em que este artigo se baseou.

É ridículo, porque não cabe na cabeça dos auou de qualquer profissional que trabalhe com crianças ensinar-lhes uma coisa que elas aprendem por si. De facto, e como é sabido, as crianças por volta dos 3 anos começam a manipuos genitais porque também começam a descoo corpo e as diferentes sensações que ele lhes proporciona. É uma fase normal e temporáno seu processo de crescimento.

É falso, porque o que é proposto no livro em questão é que, se tal actividade for realizada em público, os educadores devem intervir, de forma delicada, no sentido de ela ser feita na privacidade e de forma a evitar embaraços à própria criança e aos familiares, e proteger a sua, intimidade e segurança.

É falso porque o modelo de educação sexual que é proposto pelos autores (e que é o seguido pelos países europeus em que ela existe) assenta no pressuposto de que a identidade sexual das crianças, dos jovens, dos adultos, é um processo de consção individual e intímo. E, por isso, se compete aos técnicos promover a informação e o debate de ideias para que esse crescimento seja harmonioso, não compete aos técnicos promover ou incentivar qualquer tipo de comportamento sexual nem enna intimidade das crianças e dos jovens.

É lamentável que o EXPRESSO não me tenha contactado para que, no contexto de afirmações tão polémicas, eu pudesse esclarecer esta questão (na parte em que sou referido). Nem o fez comigo nem, ao que sei, o fez em relação a qualquer das instituições e autores que são referidos ao longo do texto. Isto é absolutamente inaceitável do ponto de vista da deontologia profissional do jornalismo e contrasta, aliás, com as boas práticas a que este jornal, de uma forma geral, nos tem habituado.

Quando se retiram textos e imagens dos seus contextos, eles são muitas vezes mal entendidos e deturpados. As imagens de um pénis ou de uma vagina ou de corpos nús têm diferentes entendiquando expostos na primeira página de um jornal, numa revista de grande divulgação ou num manual educativo. Tendo dúvidas sobre algudas actividades referidas, suspeito que elas possam ter sido objecto do mesmo tipo de trataa que a obra de que sou co-autor foi sujeita - ou seja, o da descontextualização e consequenleitura deturpada.

Ao referir manuais, textos e programas que foproduzidos no seguimento das Linhas Orientadoras para a Educação Sexual em Meio Escolar, e que estariam a ser implementanas escolas portuguesas, o artigo mente desca

Tais textos, manuais ou programas oficiais não existem nem nunca existiram.

Por outro lado, estando eu a trabalhar há mais de 20 anos em educação sexual, nunca tive conhede qualquer da "selvajarias" que supostamente o artigo faz crer que estariam a acontecer nas escolas portuguesas.

Tendo em conta a forma não isenta e de má-fé como este artigo foi elaborado e o trabalho e pesem que se baseou, termino perguntando a quem serve o medo que este artigo sem dúvida, provoca nos leitores? A quem serve o descrédito que se procura lançar sobre técnicos e instituições que, de forma séria e de há muitos anos a esta parte, têm trabalhado junto de profissionais, de pais e de jovens na promoção da educação sexual?

Acho que o EXPRESSO se deve retractar da publicação deste artigo e promover um debate que seja isento e plural sobre estas questões tão importantes para o desenvolvimento das crianças e dos jovens e para a actividade dos técnicos que com eles trabalham.


Duarte Vilar
Sociólogo e técnico da APF
Co-autor do livro "EDUCAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA" e das "LINHAS ORIENTADORAS PARA A EDUCAÇÃO SEXUAL EM MEIO ESCOLAR"