Com algumas surpresas, esta noite eleitoral, vai ficar marcada por alguns acontecimenos inopinados que muitos não estariam à espera. A minha visão:
PS/Sócrates: Os grandes vencedores destas legislativas por vários factores já discutidos: Maioria absoluta vindo da oposição, maioria absoluta e melhor resultado de sempre do PS e a maior parte do país ficou rosa (excepto Leiria e Madeira) incluindo o cavaquistão. Fizeram uma campanha desprovida de grandes argumentos (apenas o choque tecnológico e a necessidade do complemento de reforma para os mais idosos pobres) em que a chamada de atenção consistia na “necessidade de maioria absoluta”. Obrigaram, ainda, a um empate de deputados na Região Autónoma da Madeira (3-3) embora o PSD tivesse mais 15.000 votos que os socialistas. Mesmo assim, Funchal e Machico ficaram nas mãos do PS.
PSD/Santana Lopes: A “hecatombe” aconteceu e a humilhação surgiu: pior resultado desde há 20 anos, perda de 30 deputados, e nem um terço do parlamento é, neste momento, laranja devido à perda de meio milhão de votos. O Santanismo quer-se morto pelos barões do PSD, mas Santana, o survivor por excelência, mantêm-se como um autista. Será que ainda pode culpar as sondagens, as empresas que as fazem ou o Presidente da República?
CDS-PP/Paulo Portas: Outro descalabro, mas de cabeça erguida. A perda de um mandato na bastião de Aveiro, o candidato por Coimbra, Nobre Guedes, completamente “co-incenerado”, o falhanço em atingir os 10%, a passagem a 4ª força política (pouco à frente do BE) e, finalmente, a incapacidade de travar uma maioria dos PS levaram Paulo Portas à demissão apesar de termos que vêr “meninos” a chorar baba e ranho na TV por causa de demissão do “querido líder”. Ainda acusou (com modos de mau perder) a “extrema-esquerda” de ter poucos menos votos que a democracia-cristã. Não será culpa dele?
CDU/Jerónimo de Sousa: Outros vencedores destas eleições com a inversão dos resultados negativos que vinham a têr desde os finais dos anos 70. O aumento em dois mandatos, ganho de mais de 50.000 votos e 0.7% de eleitorado é o resultado de um secretário-geral mais aberto, simpático, dado e extrovertido que Carlos Carvalhas. Dois ponto não permitiram a festa comunista: O bastião de Setúbal não alcançou os resultados pretendidos e não evitaram a maioria absoluta do PS.
BE/Francico Louçã: Um dos grande vencedores das eleições com a duplicação do número de votos (149543 em 2002 para 364341 em 2005) quase triplicando o número de mandatos. O discurso simples e incisivo, ainda que demagógico em termos económicos (o exemplo do “totta” no debate) deu resultados e ampliará a visibilidade do BE, já de si grande, na comunicação social e Assembleia da Repúlica.
Jorge Sampaio: Sai de cara lavada destes resultados que corroboram a sua decisão de demitir este governo. Não seria uma decisão tão legitimada se a maioira fosse relativa ou desse origem a dúvidas. Assim sendo, com uma maioria absoluta (quer se goste ou não), de pouco se pode apontar ao actual Presidente da República.
Abstenção: Sai “derrotada” e verifica-se um aumento anormal de votos em branco: de 55002 (1,01%) em 2002 para 103.562 (1,81%) em 2005 verificando-se (ao contrário dos apóstolos anti-José saramago) o crescimento da importãncia deste voto, não só como voto descontente com o sistema e políticos, mas como a resposta aos eleitores que nem sequer votariam. A pergunta fica: Quantos deputados valeriam 103.000 votos?
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