>>> SOBREVIVERÁ O 11 DE SETEMBRO?



Nesta terceira comemoração do 11SET notou-se, claramente, um menor festival de emoções e umas festividades mais calmas. Apesar de os media não prestarem tanta atenção a este acontecimento (os media dão data de validade aos acontecimentos), nota-se que os próprios americanos, talvez massacrados com que veio a seguir, não empolgam tanto essa data trágica.

Apesar de tudo é natural. As comemorações acabam sempre por ser esquecidas ou deturpadas. Veja-se o nosso caso do 1º de Dezembro, a Implantação da República ou ainda, mais recentemente, o 25 de Abril. Por cá, há uma "intelligentsia" que gosta realmente de tentar esquecer algumas datas: Este, por exemplo, considera o 25 de Abril um circo.

O povo americano vai por este caminho. Pelos vistos, mas quem não se esquece do 11SET são os candidatos presidenciais. Enquanto o discurso de George W. Bush assenta no facto de que a melhor resposta à ameaça do terrorismo foi a que foi feita pela sua administração e que dexa transparecer, entrelinhas, que “Se não me elegerem, o 11SET vai voltar a acontecer” [EXPRESSO, 11SET, 2004]. Os democratas afirmam que esta data podia ter sido evitada.

Os novaiorquinos pensam antes na grande obra que será edificada, nos kits sobrevivência anti-terrorismo, no parque com 6 hectares e meio que irá ser construido, na nova linha de transportes para o aeroporto JFK, etc.

A solidariedade europeia, instantânea no momento, veio a decrescer por causa da política arrogante e autista de Bush. Os europeus não aprovam a maneira como o presidente dos EUA lida com a política internacional (70%) e isso revê-se no distanciamento ao 11SET apesar de espanhóis (principalmente), italianos e outros terem sofrido com o terrorismo fanático islâmico.

O 11SET será uma bandeira. Será, ainda, uma justa causa (para os conservadres) para exageros de limitação de liberdades civis, guerras sem razão, prepotência militar e imperialismo económico das potência america e europeias ajudadas por outras oportunistas conjéneres.

O 11SET já foi uma data de solidariedade e luta contra o fanatismo. Temo que se transforme num produto de arremesso político, num produto de merchandise americano.