Nesta confusão das listas dos professores e sua respectiva colocação, um outro problema surgiu no meio da confusão de, ainda, outros problemas como o favorecimento da COMPTA (em mandatos do PS, do PSD de Cavaco e do PSD-PP), da incompetência dos quadros administrativos na escolha dos programas informáticos, na péssima gestão da ministra que, mentindo, é frequentemente apanhada em falso e a apatia do Santana Lopes, que por terras de índios e cowboys não ajuda, em nada, a actual situação.
O problema a que me refiro, é o “premiar” o trabalho do Estado (qualquer que seja o trabalho) com desconfiança, retirando-lhe importância, denegrindo-o e considerando-o digno de outros agentes, neste caso, empresários privados. Foi assim que o Jaquinzinhos, entre outros, pensaram: O Jaquinzinhos afirmou, com a ironia que transporta, que as escolas privadas já tinham aberto portas no meio desta confusão toda, indiciando que a escolha dos professores deveria caber às escolas em si e este seria o caminho a seguir. Eu discordo, mas essa explicação fica para depois.
De facto, o trabalho do Estado quando negativo é, na opinião de muitos bloguers e comentadores neoliberais (ou de extrema-direita neoliberal como diria Francisco Louçã), passível de ser libertado para os serviços dos privados, visto que estes, sendo muito menos burocráticos, com menos guerras intra-partidárias nem e sem excesso de administrativos despachariam o trabalho de uma forma mais célere.
Causam-me estranheza estes privados. Parece que estão com água na boca para todos os serviços estatais, quais cães raivosos a querer arrancar de todos para ficar com apenas um ou dois, aquilo que, na ideia deles, já devia ser desses um ou dois há muito tempo (se calhar há trinta anos).
Assim aconteceu com a COMPTA. O serviço (um algorítmo informático) foi comprado a uma empresa privada por 40.000 contos, valor abaixo do preço de merado para serviços idênticos segundo o jornal da RTP, empresa essa que tem estreita ligação com os governos de Cavaco, Guterres, Durão e Santana. Parece-me que essa COMPTA é uma espécie de Caixa Geral de Depósitos de políticos pós-governo. Mas deve ser bem honesta nos seus trabalhos: já se disponibilizou para uma investigação sobre o assunto...
Voltando à vaca fria, penso que com um falhanço tremendo na colocação dos professores em dois anos seguidos (não esquecer que no dia 1 de Setembro, na apresentação da Ministra no Parlamento, esta mesma promete “tranquilidade na abertura do ano lectivo” e ainda “posso hoje afirmar com segurança que as listas de ordenação são fiáveis”) alguns desses “neo-liberais” colocam no peso do Estado todas as culpas das falas de Portugal, como de tudo passasse pelo Estado. Talvez esses senhores se esqueçam (esses senhores são sempre de direita) que a direita que nos governou mais anos depois do 25 de Abril, foi, também, quem mais contribuiu para o aumento de peso do Estado, mas hoje em dia (tal como Bagão fala) parece que o Estado engordou por obra e graça do Espírito Santo...
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