Zé, o tuga do costume, vive num país rodeado pelo laxismo e a ineficiência, deixo-me vencer e vou atrás deles, triste fado trágico-comediado, que é o dia a dia de cada um de nós. o Blog em aberto, porque todos nos identificamos com o aZElha!

 

 

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sexta-feira, 10 de setembro de 2004

>>>National Filmboard of Canada, ITT Ideal Color, Restaurador Olex e "Rui, o pequeno Cid"

Para quem, como eu, viveu o final dos anos setenta (e ainda os vive) o som dos Boards of Canada (BoC) é familiar. O porquê é que demora um pouco mais a descobrir, mas depois com um rasgo de memória empoeirada lá vem a televisão com os documentários do National Filmboard of Canada em primeiro plano, a fazer relembrar um mundo há muito esquecido, com águias a cortar um céu em som mono numa ITT Ideal Color. Enorme. Gigante a encher a sala.

Os BoC fazem música belíssima, ambiental, densa, por vezes repetitiva e, não raras vezes de difícil entendimento até que a «luz» aparece e a beleza em bruto aparece à nossa frente. De facto, não há ninguém que goste dos BoC e simplesmente não adore a sua música, por outro lado passa despercebida em tantas outras mentes.


"MHTRTC"

«Music Has The Right To Children» (MHTRTC) foi o primeiro álbum dos BoC conferindo-lhes alguma visibilidade, já que até esta altura eram um duo (Michael Sandinson e Marcus Eoin) quase invisível, excepto para uma pequena horda de fans (geralmente amigos e família) que os seguiam desde 1987 (“edição” da primeira cassete, “catalog 3?”. A visibilidade de “MHTRTC” aconteceu, não de forma inocente, mas pela parceria na edição deste trabalho pela SKAM e WARP (actual editora) em Agosto de 1998. Antes do Lançamento do último albúm (Geogaddi, WARP) os BoC ainda mostraram "In a beatifull country out with you" a as famosas "peels sessions" bastante comuns e esperadas que os artistas da WARP lançam.

Nas dezassete faixas propostas pelos BoC para a nossa audição neste "MHTRTC", três delas («wildlife analysis», «roygbiv» e «turquoise hexagon sun») não são inéditas tendo sido editadas em «Boc Maxima» (SKAM, 1996), sendo algumas das mais belas composições dos BoC.

A abertura com «wildlife analysis» coloca-nos à frente, desarmados, do som BoC: uma variação de um loop denso, saturado e simples, extremamente simples como é hábito deste duo. Ainda, sem acabar entra «an eagle in your mind»; A tal águia dos documentários a voar numa reserva índia algures num Canadá com neve, salmões, ursos e polícia montada a cavalo em desfiladeiros cobertos de pinheiros nórdicos. Apercebemo-nos o quão visuais conseguem ser as melodias dos BoC e quão infantis se nos parecem. «The color of the fire» (uma referência a uma experiência com drogas psicadélicas de um amigo do grupo) reforça o sentido infantil da música. O som, nesta altura inicial é baseado -sempre- com o mesmo tratamento e esperamos que esgote a fórmula: estamos errados... «telephasic workshop», «sixtyten» (extremamente pesada e densa), «turquoise hexagon sun» (uma levitação), «kaini industries» (uma fábrica -Kainai Cooperative Enterprises- construida numa reserva índia, Blood Reserve, serviu de inspiração para esta pequena faixa), «aquarius» entre outras.

Entre sonoridades deveras densas surgem outras que só têm um defeito: o seu pequeno tamanho que nos faz pôr em «repeat» indefinidamente as mesmas faixas. «Olson» (que teve direito a uma pequena mistura nas «Peel Sessions», chamada de «Olson (version 3)» e o viu a sua duração aumentada para 2:31) é sublime. É a melhor faixa do disco e uma das melhores dos BoC, bem como das minhas preferidas... É um minuto e meio de beleza, paz, intensidade, amor e um por do Sol algures numa praia do Sudoeste Alentejano...

Outras músicas incontornáveis são «smokes quantity» e «one very important thought». Um final consciente a chamar a um imaginário infantil Norte-Americano - que muitos de nós temos e desdenhamos - em que uma voz televisiva vai dissertando sobre liberdades individuais e colectivas e sobre uma tomada de consciência para a liberdade de pensamento.

«Music Has The Right To Children» é um album quase perfeito. A perfeição não cabe aos Homens, mas estes podem tentar. Os BoC fazem música para uma franja de população que se lembra e tem memórias quase cinematográficas, televisivas e infantis. Mais ainda, levam-nos a escavar um passado de há vinte anos e tudo o que o rodeia: desenhos animados, documentários, séries, pessoas, imagens, sons e tudo mais. Daí o vício da nossa descoberta; Deles e nossa.

"Now that the show is over, and we have jointly exercised our constitutional rights, we would like to leave you with one very important thought: Some time in the future, you may have the opportunity to serve as a juror in a censorship case, or a so-called obscenity case. It would be wise to remember that the same people who would stop you from listening to "Boards of Canada" may be back next year to complain about a book, or even a TV programme. If you could be told what you can see or read, then it follows that you can be told what to say or think. Defend your constitutionally-protected rights. No one else will do it for you. Thank you."