Zé, o tuga do costume, vive num país rodeado pelo laxismo e a ineficiência, deixo-me vencer e vou atrás deles, triste fado trágico-comediado, que é o dia a dia de cada um de nós. o Blog em aberto, porque todos nos identificamos com o aZElha!

 

 

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sexta-feira, 6 de agosto de 2004

>>> GOSTOS NÃO SE DISCUTEM?
Não são raras as vezes que a nossa maneira de pensar política, desportiva ou social deforma a visão da realidade.

Num daqueles "tours" pela blogosfera de várias horas, e debruçando-me pelos blogues que me chamam mais pela atenção, deparo-me com um post no SG Buiça. O Nelson, escriba de serviço, afirma num deles a sua indiferença pelo cantor Zeca Afonso e daí, dá um pulinho à ideologia que pensava defendia (" o 'sonho' desse senhor foi o terrível pesadelo de centenas de milhões de seres humanos debaixo da botifarra comunista ao longo de demasiadas décadas.").

Justifica o facto de não gostar de Zeca Afonso -"tenho alguma coisa em vynil deste 'baladeiro' e, francamente, não acho nas músicas e nas letras NADA de especial. Mas acha que outros podem ser (não muito) melhores "dentro do género da 'agitação gauchiste' da época há melhor, como o Zé Mário e o Godinho, que conseguem fazer melhor figura...se é que com tal ideário subjacente se pode falar de 'boa figura'. São melhorzinhos.....ma non troppo."

Algo típico nos "destros" mais duros é o facto de não conseguirem engolir uma coisa: Os artistas de esquerda são considerados dentro e fora de Portugal. O problema para quem alinha pela direita não é facto de os de direita serem ou não considerados grandes escritores ou cantores, mas sim o facto de os de esquerda também serem reconhecidos.

Dois exemplos: Comecemos pelo mais imediato: José Saramago. Quando o seu nome vem à baila logo o sapo incha outra vez na garganta de alguns. É que por azar de "destros" e monárquicos (ok, ok esta é a boca para o Sousa Lara) logo escolheram este homem para prémio Nobel. Talvez por isso Vasco Graça Moura até acha que este prémio é pouca coisa. Além disso, como podemos aceitar que José "Comuna" Saramago possa fazer uma primeira edição de 80.000 exemplares. Como podemos aceitar que as suas obras sejam adaptadas tanto em Portugal como no estrangeiro (mais recentemente em Itália, segundo o Expresso)?.

Segundo exemplo. Zeca Afonso. Talvez por ser conotado com o PCP, o que é um erro flagrante, visto que não foi militante deste partido, é considerado por ser um "baladeiro" (nas palavras do Nelson) menor. Salvo gostos e estéticas, cada um é livre de gostar ou não, mas daí a pensar que tem menos valor é um erro infantil. E porquê? Talvez porque se Zeca Afonso fosse um mau cantor não editasse 35 discos, alguns deles "colectâneas" que terceiros fizeram além do festival "filhos da madrugada" em que a audiência no Estádio de Alvalade era, claramente, sub-30 aos milhares.

Outros (no mesmo post, mas nos comentários) vão mais longe: "Algum dos defensores dos baladeiros viu ontem (no 2º canal, se nao me engano) a entrevista com o José Mario Branco? Ele próprio admitiu que eles nao tinham qualquer formaçao musical e que as musicas que faziam nao tinham muita qualidade musical, usavam sempre os mesmos poucos acordes (os + simples) e toda a gente fazia musicas que instrumentalmente eram quase iguais, com variaçoes minimas.". Quem diz é o M. Sim senhor, caro M.! Nem falo então nesse energúmeno chamado Carlos Paredes que nunca frequentou uma aula do conservatório. Justifica-se, assim, que um mau artista é aquele que não tem formação superior. Gostaria de saber quantos dos que vivem da música têm essa formação...
Enfim, além do erro de considerar Zeca Afonso militante do PCP avalia a sua obra de uma forma insipiente. Para ajudar deixo aqui um link interessante, sediado no Instituto Camões:
http://www.instituto-camoes.pt/bases/zeca/discografia.htm.

PS: "agitação gauchiste" é um must... Parece uma tirada do João Pereira Coutinho.