Os portugueses, apesar de estarem habituados a perder não o sabem fazer. Talvez a única excepção a esta tese foi na final do EURO2004 quando a selecção de futebol fez uma escalada difícil e, talvez por isso, desculpável na derrota contra a Grécia que logo se apelidou de seleção que fazia anti-jogo e futebol eficaz mas feio. Foi a forma de nos defendermos de uma derrota.
Agora em Atenas demonstrou-se, mais uma vez, que as camadas jovens (apenas de idade e não no ordenado que recebem) também não sabem ligar com a derrota. Choca-me ainda mais o comportamento dos jogadores nos Jogos Olímpicos, celebração de igualdade e respeito entre atletas de várias nações e logo entre as nações que representam. Os jovens prtugueses além de terem perdido (o que não é vergonha para ninguém) foram sancionados pela FIFA para pagar uma multa do seu próprio bolso.
Esta multa não será muito pedagógica: Histórias de distúrbios, ma-comportamento, irresponsabilidade e desrespeito são comuns quando falamos das selecções de futebol nacionais (o caso “Paula”, a destruição dos balneários do estádio aquando da vitória do “play-off” ou a cena de pancadaria com a Itália em 2003 são disso exemplos). Estes meninos são estrelas. Felizmente, e repito, felizmente em Atenas foram estrelas cadentes que rapidamente desapareceram. A mim não me interessam atitudes como as cometidas por Ronaldo que na disputa de uma bola rasga o sobrolho do adversário (que proféticamente ainda irá marcar um golo contra a selecção portuguesa). Prefiro que esses jogdores regressem rapidamente aos seus clubes que os considera mais bem vindos que a sua participação no maior evento mundial.
Estou um pouco farto desta falta de fair-play dos portugueses. Visto que o futebol é um desporto mediático tenho receio que um dia sejamos conhecidos pela falta de honestidade, juntando a isso o dito-por-não-dito dos governantes nacionais e da pândega da ilhota de Alberto João Jardim, esse bastião da democracia, segundo Dias Loureiro.
Aos outros atletas, que fazem vingar o Espírito Olímpico, enquanto doutrina de esforço e não necessariamente de vitória, os meus parabéns e continação de uns bons jogos. Gostaria que não dessem ouvidos a uma imprensa televisiva (RTP principalmente) acéfala com jovens jornalistas que a única palavra que têm na boca é “medalha”. Como se um quarto ou quinto lugares fossem iguais a um centésimo trigésimo oitavo. Dizia o comentador-treinador de ténis de mesa na final feminina deste desporto: “O segundo é o primeiro dos últimos e eu não gosto de ficar em segundo”. A glorificação dos heróis... Heróis precisam-se. Sem eles não somos ninguém, incapazes de pensar por nós sem aquele modelo.
Só espero que a selecção de futebol não tenha arranjado problemas no avião.
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