Zé, o tuga do costume, vive num país rodeado pelo laxismo e a ineficiência, deixo-me vencer e vou atrás deles, triste fado trágico-comediado, que é o dia a dia de cada um de nós. o Blog em aberto, porque todos nos identificamos com o aZElha!

 

 

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quinta-feira, 10 de junho de 2004

>>> SOBRE O ROCK IN RIO - LISBOA

Pedro Santana Lopes acha mesmo que fez alguma coisa. Agora com uma semana de espaço sobre o evento é-nos útil reflectir um pouco sobre este festival. O que é, para que serve, quem ganhou com ele, etc.

O Rock in Rio (RiR) é um festival que tenta a mobilização das pessoas para "um mundo melhor". a isto se chama o marketing social que não foi inventado por Roberto Medina, mas sim nos anos sessenta e que teve como grandes exemplos o Live Aid, por exemplo.

Este senhor, tem um vídeo que é utilizado nos concertos aos voluntários e noutras ocasiões "mostrando aos jovens a importância de sua participação na construção de um mundo melhor. Este vídeo é chamado de Deus pois tem o sentido de que Deus está falando connosco sobre tudo o que fez ao criar o mundo e o que nós, seres humanos, estamos fazendo com tudo isso. É muito emocionante". Fui o único a reparar que a blogger (uma trabalhadora do RiR) chama o vídeo de "Deus"? Isto parace-me mais uma seita que uma organização de um concerto. Parece-me que estou a vêr os sacerdotes da IURD a gozar o dinheiro que ganham com as ofertas...

Já por si, este acontecimento me faz desconfiar desta organização. Apesar de saber que os brasileiros (em grande número na mesma organização) conseguem inventar seitas, religiões e fenómenos de espiritualidade em qualquer coisa que se mova ou não, considero esta lavagem algo abusiva, mas isto é só a minha opinião pois os 333 voluntários (um número cabalistíco segundo a blogger brasileira) adoraram o Deus, isto é, o video.

Fora isso, temos ainda a grande componente social (o tal marketing social que há pouco falei) que o RiR assume: podia se "salvem as baleias", "comida para África", "ponteiras de escape de rendimento para tunners suburbanos", mas escolheu-se "para um mundo melhor" sendo as possibilidades infinitas.

A "desculpa" social serve, então, para quê? Porque os organizadores estão muito angustiados com a miséria mundial? Com o infortúnio de muitos? Com a pobreza de milhões? Claro que não, porque se assim fosse o modelo a seguir seria o do Live Aid em os cantores e artistas não receberam dinheiro pela sua prestação e todo o restante serviu, exactamente para a ajuda humanitária. Aqui, no RiR, pagaram-se os "cachets" como se de um espectáculo absolutamente normal se tratasse, embora tivessem de impingir 3 minutos pela paz do mundo, num fenómeno de massas e media completamente nojento e revoltante. Isto antes um "bora lá pessoal, o RiR é sempre à abrir!!!!". Náusea.

Esses 3 minutos foram o grande golpe de marketing do RiR a seguir à sua "causa socail". As TVs passaram-no (Claro que a SIC fê-lo inúmeras vezes) sob o pretexto de se mostrar a tal causa.

Voltando atrás um pouco. A desculpa da causa social é benéfica. Comparemos o Sudoeste ou Vilar de Mouros com o RiR. Cartazes à parte e poeira também (embora também a houvesse no RiR, para desânimo de um "vip" que lá andava) os dois festivais nacionais não seriam permitidos em Lisboa. Claramente. O público desses concertos não seria desejado por lá: drogas leves, excesso de alcoól, etc. Assim, a "causa social" permite "dignificar" a Câmara Municipal que aceitasse este RiR no seu município, bem como chamaria uma faixa de população que por si só não viriam ao RiR, mas como tem a preocupação social, artistas para maiores de 35, ”é próximo da minha casa elevo a minha família”,” posso levar o meu socialmente preocupado BMW”, “posso ser visto na tenda VIP com um bilhete de 180 Euros” (Esgotaram!!! Fora os actores da TVI, pseudo-VIPS e outros bimbos que não pagaram), “não faço isto há muito tempo” “e ainda por cima contribuo para "um mundo melhor", ENTÂO VOU!!!”

Assim se conseguiu pôr 380.000 pessoas no RiR (números da organização). Mas os socialmente correctos 53 Euros que precisávamos de dar para podermos colaborar para um mundo mehor não deixaram atingir a marca de 600.000 pessoas esperadas. 1º Número: 380.000 x 53 = 20.140.000 Euros que equivale a 4.037.707.480 Escudos, isto é, 4 milhões de contos. Faltam os 2000 Bilhetes VIP (os que esgotaram) que geraram 2000 x 180 Euros = 360.000 Euros, as injecções da Câmara Municipal de Lisboa (1.000.000 de Euros) e os patrocinadores. Claro que querem repetir em 2006.

Mais do que estes pequenos "fait-divers" que provam que o RiR é um negócio, hipocritamente encapuçado de uma befeitoria para pobres e oprimidos. Mais do que isso, escolheram as crianças como alvo principal de ajuda. Quem resiste a uma avalanche social destas? Quantas mães "tias", avós "tias", tias "tias", José Castelos-Brancos "tias" não foram ao RiR por isso? E para se mostrarem claro.

O RiR é uma farsa social: 5% dos lucros obtidos revertem para instituições de apoio social (agora usa-se este nome em vez de instituições de caridade: dá um ar mais politicamente correcto). 5%? O restante dinheiro vai para onde? Artistas? Organização? Por amor de Deus (Deus standart, não o do Medina), se queremos ajudar façamo-lo em condições e reserva-se um bom quinhão para uma ajuda sustentável e eficaz em vez de "ajudar" dando um pouco por 5 ou 6 instituições previamente escolhidas (uma delas tem como presidente uma senhora chamada Manuela Eanes, defensora convicta da não despenalização do aborto).

A organização conta ainda com algumas ajudas: A da CML, como previamente dito e da ajuda de cerca de 333 voluntários que não são,obviamente remunerados, pelo trabalho realizado visto que antes lavaram-lhes o cérebro com esta sessão digna do "1984".

Não fui ao RiR e nem gozei muito com os fans imberbes da "Brit" que choraram baba e ranho por ter feito playback. Estava-se nas tintas: Ela como qualquer outro artista foi lá ganhar o seu, só que uns já se tinham vendido há muito e outros não. Desses tenho pena.