>>> SIM, Sr. PRIMEIRO MINISTRO
Os últimos tempos foram não só de alegrias nacionais veiculadas pela nossa selecção de futebol, mas também pelas andanças políticas que prendem a atenção de meia dúzia de portugueses que ainda gostam de escolher os seus governantes.
Com a saída de Durão Barroso do governo algumas ilacções podem ser retiradas:
a)Se o Primeiro Ministro (PM) de um país abandona o seu cargo tendo como destino outro, então o cargo anterior tem menos importância que o de destino, mesmo que seja “a bem da nação”;
b)Se o PM de um país, líder de uma equipa saí, é substituido por outra pessoa que está a seguir na linhagem, não do governo, mas de uma força partidária simpática à linha, também ela partidária, do PM;
c)Se um novo PM passa a liderar o executivo governamental então nova equipa pode formar. Aqui será que estamos na presença de uma remodelação governamental profunda ou um novo governo não eleito, mas que segue determinadas linhas programáticas (semelhantes às do governo anterior)?
d)Se há um novo governo então será que as reivindicações (“a mensagem” que Durão Barroso falou no dia 13) devem ser já pedidas ou temos de dar tempo (quem sabe mais dois anos) à nova acção governativa?
e)Será que a oposição tem o direito de pedir eleições antecipadas por causa da saída do PM de Portugal?
Comecemos, então, pelo princípio:
a)Na verdade e ao contrário do que muita gente pensa, Durão Barroso ao aceitar o cargo de presidente da Comissão Europeia (CE) não perde puderes executivos. De facto, a CE apresenta-se não como uma entidade burocrata, mas com real poder para legislar e agir; No entanto, o problema que se põe é o seguinte: Durão Barroso foge de um mau resultado eleitoral (tal como fez o, por si acusado, António Guterres) com uma jogada de grande mérito pessoal e que colocará Portugal nas bocas da Europa (como se eles não soubessem quem é Portugal, aquele pequeno país que fgura sempre no fim dos “rankings” de qualquer assunto na UE). O que é interessante é que essa “fuga” para outro local político não trará vantagens líquidas para Portugal, pois não é por se ser presidente da CE que A, B ou C podem garantir mais fundos ao seu país de origem, sob pena de condenação europeia por falta de democraticidade, equidade e justiça. O que acaba por se nos mostrar é que a Europa é mais importante que Portugal.
b)Como explanado no Expresso, o próximo PM de Portugal será decidido numa estrutura partidária, nem sequer correspondente a uma maioria esmagadora dos portugueses (como se isso justificasse). De facto, o próximo PM de Portugal será escolhido, não nas urnas, não através dos votos dos portugueses na Eleições Legislativas (em que cada um escolha a lista de candidatos em que votar), mas sim no Conselho Nacional do PSD ou numa qualquer Comissão Permanente.
c)É óbvio que esta mudança governamental calha que nem ginjas ao executivo do PSD-PP. Depois de um resultado eleitoral lastimável (“a banhada”) nada melhor que mudar as caras, mas manter a côr. No meio de um mandato, dá-se uma nova bombada de oxigénio (uma remodelação governamental que até inclui o PM!) e teremos de dar mais um tempo para este novo executivo cumprir aquilo que prometeu...
d)Na continuação da alínea anterior, é claro que Pedro Sanatana Lopes e a sua equipa pedirá tempo para “arrumar” a casa adiando reformas e acções necessárias ao paí, embora “nos entretantos” tenho a certeza que passará o tempo a lançar farpas - do alto do seu olimpo da Kapital – à oposição.
e)As eleições antecipadas. É engraçadíssimo observar os apoiantes dos governo. Parece que falar em eleições antecipadas é algo sui generis, inopinado, ridículo, descabido, como se fosse normal no dia a dia uma demissão de um PM de um governo. Alberto João Jardim, do alto da sua sensatez e equilibrio (bastante elogiados por Dias Loureiro) afirma que “é de 3º mundo falar em eleições antecipadas”. Esquece,-se eles que quando se vota numa lista de um partido parte-se do princípio que o cabeça de lista será o próximo PM? Esquecem-se eles que o líder quer-se forte (como foi Cavaco Silva) exactamente para isso? Então para quê votar numa LISTA DE CANDIDATOS? Para quê? Afinal é só quem responde por um governo e por um programa de governo a que 10 milhões de pessoas têm que acatar. Não, não são abutres. Os abutres rondam aquilo que está morto – Será que os próprios apoiantes desta “Força Portugal” pensam que o governo está morto?
É claro, que se Durão Barroso fôr para a CE então isso acontece porque não haverá eleições antecipadas: Durão não faria o mesmo erro, apontado vezes sem conta, de António Guterres nem deixaria sair os boys laranjas e azuis antes de completarem o saque.
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