>>> O CEGO QUE NÃO QUER VÊR E PENSA QUE VÊ
José António Saraiva (JAS) é um daqueles iluminados que juntamente Fernado Madrinha (FM) e José Manuel Fernandes (JMF), fazem o grupo, apelidado por mim, de "25 Watts";
25 Watts porque a luz que irradiam das suas verborreias políticas são, não raras vezes, fracas, não sendo dignas do partamar de "opinion makers" em que os colocam; Verdadeiros mobilizadores de opiniões seriam se estudassem os casos que opinam a fundo e tivessem o espaço para sobre elas discorrer. Mas não o fazem.
As minhas manhãs de Sábado, em dias de "anhanço", são passadas a pensar quanto ganharia eu se disparasse asneiras no Expresso.
Veja-se JAS na sua "política à portuguesa". O texto saltita contente num anti-esquerdismo irracional, dificilmente explicável com argumentação digna da Merche Romero em dia de ressaca. Dou três exemplos:
.1 Na crónica "Tempo de Mudança" JAS considera que a esquerda deu uma reviravolta nos seus "ídolos" e que passou a considerar o Papa "como uma referência e um símbolo da paz.". Mais, Chirac apresenta-se como "um político corajoso que soube enfrentar os Estados Unidos."
JAS quer apresentar o esquerdismo hoje como, APENAS E SÓ, um movimento anti-americanista. Como se toda a esquerda se resumisse a isso: Ser contra os americanos, a política americana e o seu Presidente George W. Bush. Caro JAS, esquerda é mais do que isso, só que apetece esquecer o resto, não acha?
.2 Na semana passada apontava as suas baterias contra Mário Soares ("O homem da oposição") em que afirmava que MS, sendo de esquerda, tinha uma incapacidade genética de governação: "Soares,como a esquerda, parece sempre mais próximo a seguir a utopia do que a gerir a realidade", como tal, incumbia naturalmente, de ser a direita a única força capaz de governar.
O mais engraçado é que nesta semana, o país parou para seguir (fora o caso "casa pia") as reacções de Pedro Santana Lopes ao fiasco da sua obra, mandada embargar pelo tribunal de vido a 8 incorrecções de obra e de projecto. Mas mesmo assim, JAS esquece isso (mesmo quando os colegas dão muita ênfase ao assunto) e continua a sua crauzada altiva contra esses cabuludos utópicos esquerdistas.
.3 Esta semana, congratula-nos com mais uma descoberta: Nós somos "um país que não gosta de obras". JAS surpreende-nos com esta tirada: "confesso que não tenho uma simpatia particular pelo túnel do Marquês de Pombal".
Analisemos: confessar implica afirmar algo que queríamos manter em segredo, contra a nossa vontade falamos. Contra a sua vontade, JAS lá tem que apontar o dedo a Pedro Santana Lopes.
JAS, baseado no seu conhecimento de engenharia ("Como se sabe, formei-me em Arquitectura e antes de vir para o EXPRESSO como subdirector trabalhei 15 anos como arquitecto.") discute apenas duas das oito razões pelas quais o tribunal mandou suspender as obras.
Duas de oito.
Dessas duas afirma que o tribunal percebe pouco do que faz: "qualuquer pessoa minimamente entendida percebe que esta lei se aplica a vias interurbanas (auto-estradas e vias rápidas) e não vias urbanas. JAS, esclarece-me: A marginal é o quê? Mais ainda, afirma que se se respeitasse a lei em relação à impossibilidade de construir túneis com grande declive então todas as obras deste cariz em Lisboa seriam impossíveis de o fazer.
Caro José António Saraiva: O que é que o cú tem a ver com as calças? Se houve obras ilegais a serem construidas (caso frequente em Portugal) então à jurisprudência sobre as mesmas e como tal pode-se construir com erros como os exemplos incorrectos atrás?
Sabes, JAS, quando afirmas "isso inviabilizaria, evidentemente, qualquer túnel dentro da cidade - onde o espaço escasseia e tudo se tem de resolver em curtas distâncias" consegues envergar a fatiota do burguês auto-mobilizado pedante. Esuqeces-te, JAS, que existe metro para estas situações, que existem autocarros para diminuir tráfego automóvel? É que andar de 42 ou 64 deve ser aborrecido para ti, JAS. Deve cheirar a "pessoas".
Deve ter sabido muito bem ter esquecido a ausência de estudo de impacto ambiental, não foi JAS? É que para se ser jornalista deve-se se, antes de mais, imparcial (não há um código deontológico para isso?).
Gostaria, ainda de falar da confusão que JAS fez com o voto em branco de Saramago, interpretando incorrectamente as palavras do escritor (típico de jornalista?) saíndo para uma contenda, uma cruzada, pelo voto "azul-alaranjado" como único salvador da pocilga esquerdista que o PCP e o PS formam... Engraçado, agora que falei nisto nunca o ouvi/vi a escrever sobre o BE...
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Página inicial