>>> CRÍTICA À SUBIDA DOS PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS: A DESINFORMAÇÃO BLOGUÍSTICA
Diz aqui o Tempestade Cerebral, coadjuvado pelo Jaquinzinhos e pelo Semiramis, que existe uma desculpa, uma razão cientificamente económica para o estado inalterado dos preços dos combustíveis após a liberalização dos preços neste sector desde o principio deste ano. Versa assim a Tempestade:
"Existem várias causas para o aumento do preço da gasolina:
1. O preço do barril de crude tem, nos últimos meses, subido;
2. Como o Jaquinzinhos diz, só foi "liberalizado o preço máximo"; o preço mínimo está limitado pelo custo de produção do combustível e pelos impostos (o Estado confisca 70% do preço final);
3. Em Portugal, uma empresa (Galp Energia) domina o mercado de produção de combustíveis (leiam o final do post linkado);
4. São as grandes petrolíferas que controlam o preço praticado pelos revendedores (segundo a ANAREC);
5. Existem barreiras à entrada de novos revendedores (e a ANAREC quer criar mais barreiras!)."
Comecemos pelo sítio devido: no principio.
1.É claro que se o preço do barril de crude aumenta, então o preço do produto final (gasolina, gasóleo, etc) aumenta também. É uma ilação simples da função que maximiza o lucro:
Lucro = Receitas - Custos
Se os custos aumentam, aumentarão também as receitas através do aumento do preço do produto final, sob pena de se "perder dinheiro".
2.É absolutamente redundante esta afirmação: o preço minímo não afecta ninguém, apenas aquele preço de mercado que pagamos para ter o bem em questão, além disso é uma falsa questão: o preço minímo está estabelecido pela entidade regularizadora do mercado para evitar problemas de concorrência e de "dumping".
3.Se a GALP dominasse o mercado desta forma, iria colocar o preço do seu produto mais barato no mercado de forma a concorrer em melhores condições com outras companhias, visto o custo do produto no consumidor final é o preço no último retalhista mais o preço por Km, i.e., quanto mais longe do consumidor, mais caro ficará o produto final. O que acontece na realidade é que TODOS os preços, independentemente da empresa, são IGUAIS.
4.Concordo. Infelizmente há quem não defenda uma entidade reguladora que contrarie este sentido (Estado).
5.Será a ANAREC ou os próprios revendedores que não querem mais concorrência?
Já o Jaquinzinhos afirma que:
"Tendo sido liberalizado o preço máximo, é natural que alguns preços subam. E é também de esperar que surjam novos postos de abastecimento em zonas onde até aqui eram inviáveis. Zonas em que os preços dos terrenos são elevados e principalmente em pequenas aldeias do interior. Nas pequenas aldeias, muitas vezes os automobilistas ão obrigados a percorrer longas distâncias para comprarem gasolina. Com o preço liberalizado, poderá tornar-se viável o investimento num posto local. Talvez a gasolina custe 1,10 ou 1,20 euros por litro, mas abre-se uma janela de oportunidade. O que é excelente."
Esperam que eu acredite que uma petrolífera vai colocar uma bomba de gasolina em "São Jorge da Carranhomeira de Cima" porque a sua margem de lucro na 2ª Circular aumentou? Só pode ser gozo... Ou muita areia nos olhos.
Já o Semiramis diz:
"Provavelmente foi por aquela razão que as firmas com quota de mercado superior (a GALP, p.ex.), e portanto com maiores sinergias na distribuição, desceram a sua margem em 0,01?/litro, mantendo o preço (o Imposto sobre Produtos Petrolíferos tinha aumentado aquele valor), enquanto as firmas com menor quota de mercado optaram por manterem as suas margens, aumentando o preço ao p?blico."
É suposto aplaudir a GALP? ? que eu já vi os automóveis que a administração da Petrogal tem... É de ficar verde. Além disso as bombas de gasolina no norte (de marcas praticamente desconhecidas) já desceram o preço da sua gasolina em até 8 escudos por litro há muitos ANOS. Isto é completamente falso e demagógico.
Perceba-se de uma vez por todas: NÃO existe um mercado de concorrência perfeita nos combustéveis. Existe, sim, um oligopólio, um mercado controlado por poucos agentes revendedores ao consumidor final que numa qualquer reunião de corredor acertam o preço máximo (ou um igual para todos) em 10 minutos. Concorrência neste sector do mercado é uma utopia.
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