Zé, o tuga do costume, vive num país rodeado pelo laxismo e a ineficiência, deixo-me vencer e vou atrás deles, triste fado trágico-comediado, que é o dia a dia de cada um de nós. o Blog em aberto, porque todos nos identificamos com o aZElha!

 

 

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quinta-feira, 11 de dezembro de 2003

» É humilhante

Já há algum tempo que não ando de transportes públicos. Por um lado é bom, por outro lado é mau!

Usei os transportes públicos de Lisboa durante 11 anos. Autocarro, Eléctrico e Metro. Não era mau de todo, a início. Passar 2 horas por dia enfiado num autocarro... e ir olhado para as pessoas. Imaginar de onde vinham, para onde íam, e o que íam fazer. Reparar que algumas tinham nojo de pôr as mãos no corrimão. Reparar nas outras que fingiam que íam a dormir para não ceder o seu lugar ao velhinho que tinha entrado. Reparar nas velhotas que todos os dias faziam uma corrida para ver se chegavam primeiro ao lugar sentado. Reparar nas pessoas racistas que sempre evitavam sentar-se ao lado de um nigger. Reparar naquele jogo ridículo que as pessoas fazem, em que se olha para alguém e quando essa pessoa "devolve" o olhar, a primeira desvia o olhar rapidamente! Eh eh eh... que jogo estúpido... mas que toda a gente joga.

Mas havia uma coisa! Havia uma coisa que acontecia no Metro, e principalmente no Metro! Uma coisa que eu delirava, na altura! Eu nunca a fiz! Sempre, sempre me recusei a fazê-lo! Não! Não me lembro de alguma vez ter feito tal coisa! Era lindo! Tantas gargalhadas soltei perante tal situação! E acontecia todos os dias! E eu ria-me todos os dias, no Metro. E depois fartei-me! Fartei-me porque é mesmo estúpido, humilhante, e mesmo assim continua a acontecer todos os dias. Refiro-me, então, da figura ridícula que as pessoas são capazes de fazer, quando reparam que o metro já está de saída e mesmo assim, tendo poucas hipóteses, correm que nem loucos, que nem o Indiana Jones corria para se salvar das armadilhas, como se disso dependesse a sua vida, correm, tropeçam, empurram, gritam "oh chefe! oh chefe!", e correm para apanhar o Metro (como se não viesse um outro passados 4 minutos), acabando quase sempre ou por esbarrar na porta já fechada, ou então acabando por ficarem entalados ao som do fecho das portas!

Narizes esmurrados, quedas aparatosas, galos na cabeça. Eu vi tudo! Vi isto tudo! E quase sempre ficavam do lado de fora... com um sorriso amarelo enquanto se recompunham, enquanto ajeitavam o casaco, ou mesmo a fingir que nada se passara.

É revoltante! Este esforço ridículo que resulta sempre numa humilhação! E ficavam sempre do lado de fora! Embaraçados, envergonhados... mas se fosse preciso íam repetir a mesma cena no dia seguinte. O Metro seguinte demora só 4 minutos. Não! Não te humilhes!!! O som da porta a fechar! Não corras! Já não dá! Espera pelo próximo! Correu! Correu! CATRUM! A porta fechou e ficou do lado de fora...

Do lado de dentro, estava eu e mais umas quantas pessoas. A rir.