>>> AS "VIAGENS-FANTASMA"; É FARTAR VILANAGEM...
Se bem se lembram, há uns aninhos bons falava-se das “viagens-fantasma” que os nossos digníssimos deputados da assembleia da república teriam realizado à conta do Zé Povinho.
O que são essas “viagens-fantasma”? Simples. Demasiado simples para ser considerado um crime de colarinho branco ou mesmo violência protagonizada por esses delinquentes de assento parlamentar; Basta requerer uma viagem em primeira classe para algum local em missão diplomática ou de interesse nacional (tanto dá Bruxelas como a Madeira) e, na realidade, ir em turística pedindo à companhia aérea (por lei a TAP) o reembolso, ou seja, a diferença entre as duas tarifas.
Dois rápidos apontamentos: A que quantia se chegou com estas burlas e porque é que se descobriu este crime (que eu saiba é gestão danosa da propriedade pública)?. Primeira resposta, cerca de 50 mil contos abrangendo cerca de 30 ex-deputados. Segunda resposta, porque o então presidente da Assembleia da República, Almeida Santos, quis “moralizar” a questão, criando dentro das instalações do parlamento uma agência de viagens para evitar o uso indevido de fundos, daí se saber a “marosca”...
Mas o que é perfeitamente repugnante e revoltante é que Souto Moura (Procurador-Geral da República) arquivou as “viagens-fantasma” dos deputados. O processo prescreveu o que é bastante cómodo para a nossa classe política. É difícil bater tão no fundo...
Algumas perguntas impõem-se:
Não se deveria publicar a lista dos que burlaram o País?
Não se deveria indicar os que se recusam a repôr o dinheiro?
Não se devia proceder à execução das dívidas?
Não se deveria impedir que os devedores trabalhassem para o Estado?
Não... Apenas o social-democrata António Coimbra, considerado culpado de burla ao Estado em 1996, foi condenado, provavelmente sob a visão escarnecida e escarratória da restante “troupe” parlamentar que só o ajudou debaixo das suas botas...
É claro que sumidades intelectuais como o inteligentíssimo, líder do grupo parlamentar do PSD, Guilherme Silva, devolveu à Assembleia da República perto de dois mil contos relativos a viagens que efectuou entre 1987 e 1991 entre Lisboa e o Funchal afirmando que decidiu restituir o dinheiro para «evitar toda e qualquer suspeita a esse respeito» e que «toda a gente sabe que eu fui à Madeira aquelas vezes todas, mas, quando estão em causa dinheiros públicos, não há que hesitar um segundo»... Que honestidade... que bravura moral... que FILHO DA P**A este e os restantes da cambada...!!! Pois claro!! Então, primeiro roubam descaradamente, depois prescreve-se o caso, a seguir restituem o dinheiro roubado e como o fazem de livre vontade são honestos e rectos... Eu sabia que da Madeira nem bom bolo nem bom político, mas este tem mesmo uma grande lata...
Já não basta terem reforma completa com 8 (oito) anos de serviço ao invés dos 35 que um vulgar funcionário público tem que trabalhar para receber a reforma por inteiro ainda se dão ao luxo de nos chamar estúpidos pela frente...
De qualquer forma gostaria de saber em que bancadas incidiu mais este desejo de viajar...
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Página inicial